Voltou - a inspiração! :P

“la formula exata de la realidad”

Por momentos volto a acreditar que escrevendo encontrarei a chave que abrirá as portas que me impedem se seguir em frente, a caminho de mim mesma.Neste misto de medo e ilusão procuro a fórmula que me permita libertar o que levo cá dentro, calando há já muito tempo, tantos quantos meus dias desde que despertei para a vida, num momento preciso em que entrei nesta realidade estranha, inimiga.
Será que algo em mim está quebrado e não me permite o sentimento de plenitude?!Será que estas palavras lançadas à realidade mais não são do que o vazio desproporcionado de um espirito imaturo?!
Por vezes acredito que minha alma tem uma janela aberta, que não consigo fechar e que apenas a conseguirei dominar com outra presença que não a minha, como se a minha força própria fosse insuficiente para a fechar de uma vez por todas.
De analogia em analogia procuro, simplesmente, uma resposta em mim mesma porque independentemente do meu “sofrimento” recuso-me a aceitar que preciso de alguém, que a dependência faz parte da minha essência porque embora arraste este sentimento à anos acredito que sozinha serei capaz de traçar meu rumo e o concretizar.
Será esta crença mais uma teimosia de menina mimada?!
Não sei...
Porque sei que esta realidade em que vivo não é a minha, sei que quem vejo todas as manhãs no espelho não sou eu, mas um holograma que projecto em mais uma tentativa de me enganar, de me convencer de que o que faço é o correcto, para mim, quando, bem no fundo, sei que não, que o que aparento não é correcto para ninguém e, para mim, é apenas letal, um veneno que vou ingerindo por vontade própria numa estranha tentativa de viver sufocando-me aos poucos.

2 sussurrando:

Fernanda disse...

Ainda hoje me questiono com as mesmas dúvidas. E quantas vezes ainda sinto que não sou eu que vive a minha vida por mim? Não tem a haver com o facto de estar só. Não tenho resposta concreta, mas desconfio que é essa janela da alma entreaberta cuja corrente de ar não nos deixa descansar.
Uma coisa fazes tu bem. Escrever. Sempre me ajudou a clarificar a mente e a descortinar um pouco os meus sentimentos e confusões…

Gostei mto de te ler.

Mali disse...

Escrever faz bem, é sempre um modo de nos libertarmos, de por cá fora tudo aquilo que nos deixa entalados... E hoje vê-se bem que tudo que escreveste é sentido - não muito feliz, mas intenso!
Compreendo perfeitamente o que sentes, amiga. Tentamo-nos enganar a nós mesmas, querendo mostrar ao mundo que só dependemos de nós próprias e com isso se tenta negar o sentimento de "solidão" que por vezes cresce cá dentro.
Não feches portas! Não te queiras enganar! A seu tempo, no devido tempo e quando menos esperares, algo/alguém aparece.
Beijos grandes