"Não me peças o amanhã pois não posso prometer dar-te o que não me pertence. Para ti, guardo a eternidade do meu dia, dos que se sucederem até ao fim da imortalidade que temos juntos.
O futuro não existe, temos apenas o presente pronunciado no viver a que nos condenamos.
Sei que procuras mais do que tens, do que conquistas, essa parece ser tua maldição, mas, aqui, entre nós, não há espaço para a ilusão de promessas vãs.
Podemos conjurar a vida, a morte, o destino que, enfim, não alteraremos o que somos, o que fomos, o eu que vamos construíndo neste caminhar inconstante. A humanidade trespassa-nos a alma e corrompe nossos desejos, nossas vontades, tornando-nos vulneráveis perante o que nos ultrapassa, o que nos enfrenta e não se deixa conquistar.
O hoje é garantido, o ontem, são cinzas, o amanhã é incerto, numa névoa de expectativa e ilusão e não me permitirei deixar-te esse canto de sereia lançado numa promessa vazia e eterna.
Porque, podemos ter todo o tempo do mundo, toda a eternidade, até ao dia marcado, para morrer."
excerto...
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